domingo, outubro 29, 2006

HOLLY, de Guy Moshe

Outra ÓTIMA surpresa da MOSTRA deste ano.
O "chamariz" do filme, o ator Chris Penn (irmão de Sean Penn) , morto no início deste ano por pouco não afunda o filme com sua atuação ruim, mas ela é compensada pela excelente narrativa e maneira em que a compelxidade do tema é apresentado.
Meninas vietnamitas de 10,12 anos são vendidas por suas famílias e levadas ao Camboja para prostituição e satisfazer europeus e americanos pedófilos com suas taras por meninas principalmente virgens.
Durante o ano sabático que tirei em 1995 e viajei pelo sudeste da Ásia, viví de perto várias cenas do filme em que turistas são abordados o tempo inteiro por prostitutas de todas as idades. A situação é pior na Tailândia e justamente no Camboja.Como fiquei muito tempo viajando por estes países, depois de um tempo você simplesmente ignora o fato da mesma maneira que ignoramos várias das mazelas de nossas cidades por conformismo.
Mas HOLLY nos leva ao universo da prostituição forçada, escrava, de crianças de até 5 anos que são forçadas por seus pais a satisfazerem estrangeiros.
Num dos melhores diálogos do filme, o americano em busca da redenção ao tentar salvar Holly e sua própria vida encontra um alemão numa vila pobre e o questiona se ele não acha errado buscar meninas tão jovens e , na maioria das vezes, escravas. A resposta é simples: Isto faz parte de uma cultura milenar e não há nada que o ocidente possa fazer para isso acabar. Já que existe, então desfrutemos!Comodismo absoluto.
Paralelamente a ONG dirigida pela francesa que tenta lutar contra a escravidão de crianças vietnamitas vendidas à prostituição se mostra tão ineficaz quanto a capacidade do americano de se redimir de seus pecados do passado não explorados pelo filme.
Interessante: Nota 7,0


Foto tirada por um amigo recém-chegado do Camboja que expressa a alma do filme.