domingo, janeiro 14, 2007

MARIE ANTOINETTE, de Sofia Coppola




MARIE ANTOINETTE
chegou ao último festival de Cannes como um dos favoritos à Palma de Ouro. Saiu como uma das maiores decepções da história do Festival.
Indo na contra-mão da crítica internacional eu gostei do filme. E gostei bastante.
Sofia Coppola vem de dois filmes importantes, autorais, femininos. Tanto AS VIRGENS SUICÍDAS como o ótimo ENCONTROS E DESENCONTROS tem alma feminina e são de uma delicadeza ímpar. MARIE ANTOINETTE não é diferente.
O problema ( que na verdade é um diferencial importante) é que Sofia resolveu mostrar a história da princesa austríaca que virou a última rainha da França de uma maneira diferente, inovadora,flertando a todo o momento com o POP atual. Muita gente acha que não colou. Eu adorei. O baile de máscaras por exemplo, onde membros da realeza cheiravam cocaína ao som de Hong Kong Garden de Siouxsie and the Banshees é irreal, lógico, mas ao mesmo tempo tão autêntica a ponto de validar o esforço do roteiro em contar uma história conhecida de maneira tão moderna.
Logo após a exibição em Cannes houveram vários comentários sobre a cena em que a rainha vai escolher um sapato e ao retirá-lo da prateleira ele está ao lado de um par de All-Stars, cena que lhe rendeu inúmeras críticas. Ora, nada mais normal dentro da proposta apresentada pelo filme. Aliás foi o estilista Manolo Blahnik o responsável pelo desfile de sapatos modernos do filme, peça chave no formato diferente da história.
MARIE ANTOINETTE foi originalmente concebido antes de ENCONTROS E DESENCONTROS, mas as dificuldades em conseguir autorização do governos francês para filmar em Versailles foram tantas que no meio tempo ela conseguiu rodar ENCONTROS...
A crítica detestou o filme também pelo fato de que a Marie Antoniette mostrada era humana demais, dócil demais , bem diferente da rainha que morreu guilhotinada e, principalmente, que ela não se ateve aos verdadeiros fatos históricos, fantasiando demais sobre a vida da personagem.
Mas as grandes e conhecidas polêmicas passagens da vida da Rainha estavam lá:
- O comentário de que já tinha diamantes demais quando lhe foram oferecidos pela Madame DuBarry amante do sogro, o rei Luis XV.
- A primeira fala forçada de M.A. com a própria Madame DuBarry de que haviam muitas pessoas em Versalles naquele dia, sendo essas as primeiras palavras após vários meses de convivência juntas.
- A célebre frase "Se o povo não tem pão, que comam brioches" que no inglês de Copola virou "cake".
O figurino também foi muito criticado pela crítica e realmente a própria rainha , às vezes , poderia estar melhor, mas isso de maneira nenhuma tira o valor do filme.
Kirsten Dust está ok no papel-título. Talvez um pouco "mellow" demais a pedido de Coppola. Madame DuBarry está muito bem (A atriz Asia Argento que entrou no lugar de Angelina Jolie que seria também perfeita para o papel!)mas o Luís XVI interpretado por Jason Schwartmann (de Bewitched) não me convenceu muito.
Se a crítica tivesse analisado o filme como um todo, incluíndo sua audácia e não só sua veracidade histórica, talvez tivesse gostado mais.
Nao deixe de ver. Nota 8,0


Cena do baile de mascaras, uma das melhores do filme


Sofia Coppola durante as filmagens no palacio de Versailles

1 Comments:

Blogger gustavo said...

o filme mais aguardado por mim nesse ano !!!
Algo me diz que gostarei MUITO !!!

18/1/07 12:37  

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