sexta-feira, janeiro 19, 2018

CALL ME BY YOUR NAME - Luca Guadagnini


Fugindo um pouco do assunto Berlinale, entrou ontem em cartaz uma das promessas para o Oscar 2018.
            No norte da Itália em 1983 uma família aristocrata recebe em sua idílica casa de veraneio um acadêmico americano  (Oliver) para ajudar o pai a catalogar obras históricas. A relação entre o filho de dezessete anos (Elio, o ótimo Timothé Chalamet) e o americano é marcado pela construção do afeto, a descoberta da sexualidade e, quem sabe, a repetição do padrão paterno, que num dialogo final de tirar o fôlego quebra todos os paradigmas morais da “instituição” família.
            Através de uma produção estonteante que mostra com riquíssimos detalhes a Itália nos anos 80 , o filme peca por alguma inconsistência nos dramas pessoais dos personagens principalmente do acadêmico que além de ter seu personagem mal construído é afetado pela atuação duvidosa do americano Armie Hammer. Elio, no entanto, é o pilar de sustentação de todo o drama. É dele que vem a força narrativa e é ao seu redor que gira todo o resto.
             “Call me by Your Name”é um filme de detalhes , não só da produção mas do próprio vazio existencial de seus personagens, do vazio das longas cenas bucólicas. É um filme sobre a busca da identidade num excelente equilíbrio entre sexualidade e religião. Sempre digo que saber filmar o vazio é uma arte pois é através dele que conseguimos nos conectar com os personagens. Gudagnino não é o mestre nesta arte mas conseguiu momentos sublimes e um resultado geral bastante comovente. 

Resultado de imagem para call me by your name