CALL ME BY YOUR NAME - Luca Guadagnini
Fugindo um pouco
do assunto Berlinale, entrou ontem em cartaz uma das promessas para o Oscar
2018.
No
norte da Itália em 1983 uma família aristocrata recebe em sua idílica casa de
veraneio um acadêmico americano
(Oliver) para ajudar o pai a catalogar obras históricas. A relação entre
o filho de dezessete anos (Elio, o ótimo Timothé Chalamet) e o americano é
marcado pela construção do afeto, a descoberta da sexualidade e, quem sabe, a
repetição do padrão paterno, que num dialogo final de tirar o fôlego quebra
todos os paradigmas morais da “instituição” família.
Através
de uma produção estonteante que mostra com riquíssimos detalhes a Itália nos
anos 80 , o filme peca por alguma inconsistência nos dramas pessoais dos
personagens principalmente do acadêmico que além de ter seu personagem mal
construído é afetado pela atuação duvidosa do americano Armie Hammer. Elio, no
entanto, é o pilar de sustentação de todo o drama. É dele que vem a força
narrativa e é ao seu redor que gira todo o resto.
“Call me by Your Name”é um filme de
detalhes , não só da produção mas do próprio vazio existencial de seus
personagens, do vazio das longas cenas bucólicas. É um filme sobre a busca da
identidade num excelente equilíbrio entre sexualidade e religião. Sempre digo
que saber filmar o vazio é uma arte pois é através dele que conseguimos nos
conectar com os personagens. Gudagnino não é o mestre nesta arte mas conseguiu
momentos sublimes e um resultado geral bastante comovente.
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