3 DAYS IN QUIBERON - Emily Atef
3 dias na vida
de Romy Schneider.
O filme alemão da diretora Emily Atef sacudiu a Berlinale nesta segunda-feira.
Romy Schneider, a eterna imperatriz Sissi , nunca conseguiu se livrar da conexão com seu personagem filmado quando Schneider tinha 17 anos.
Romy Schneider, a eterna imperatriz Sissi , nunca conseguiu se livrar da conexão com seu personagem filmado quando Schneider tinha 17 anos.
Aos
42 anos, depressiva e alcoólatra, Romy resolve dar uma entrevista ao jornalista
Michael Jürgs da revista alemã
Stern, acompanhado do fotografo e amigo pessoal de Schneider, Robert Lebeck (o grande ator alemão Charly Hübner).
Romy sempre teve
uma relação difícil com a imprensa alemã que se interessava mais por seus
escândalos que por seus trabalhos.
A
entrevista acontece durante os 3 dias que Romy está hospedada em um spa francês
na cidade de Quiberon tentando se restabelecer.
A
interpretação pela atriz Maria Bäumer impressiona pela incrível semelhança de
Bäumer com Schneider. Perguntada durante a coletiva se esse foi o motivo
principal da escolha do papel, Bäumer disse que desde criança ouvia que era
parecida com a atriz austríaca mas
nunca sonhou um dia representá-la.
O
filme consegue mostrar todo o charme e a vulnerabilidade da estrela que nunca conseguiu fazer sucesso fora
da Europa. O ano de 1981, quando acontece a fatídica entrevista, não foi um ano
fácil para Schneider .Seu ex-marido se suicidou dois anos antes .
Seu filho David, de 14 anos na época, resolveu deixar de morar com ela . Três
meses após a estadia em Quiberon, David morre em uma tragédia que comoveu a
Europa.
O
fotografo Robert Lebeck fez nestes 3 dias, imagens impressionantes da atriz,
sempre em preto e branco que se tornaram parte importante do acervo de
Schneider. A decisão de filmar em preto e branco se deu justamente pelas fotos
de Lebeck o que faz do filme uma homenagem ao seu trabalho neste fim de semana.
Emocionalmente
instável, Schneider não conseguiu se manter abstêmia no spa e sua embriaguez
foi um prato cheio para o jornalista alemão que manipulava a atriz para obter
suas mais íntimas confidências. Em um momento atual onde a veracidade e a origem das notícias é questionado o filme toca
no ponto nevrálgico da relação da imprensa com celebridades. O jornalista tem
que sempre mostrar tudo o que vê, mesmo que isso ajude a afundar a imagem do
entrevistado?
Romy
Schneider foi vitima dela mesmo na mesma intensidade que foi vitima dos outros.
Era um mito que nunca conseguiu conviver com seu ego. O filme mostra sua
fragilidade e não pode ser considerado um tributo. Segundo a diretora Emily
Atef, se fosse para realizar uma homenagem teria escolhido outra época de sua
vida que terminaria um ano depois, aos 43 anos.
É
um grande filme e virou motivo de orgulho dos alemães que circulam pelo
festival . Estampou a capa dos principais jornais do país hoje, alguns já com o
urso de ouro ao lado.
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