sábado, fevereiro 17, 2018

EVA - Benoît Jacquot


Isabelle Hupert é a estrela do novo filme de Benoit Jacquot, o veterano diretor francês dos aclamados Sade (2000), Tosca (2001) e  Adeus Minha Rainha ( 2012) .
No papel de uma prostituta de luxo a sensação é de dèja-vu. Parece que já vimos o filme pela perfeição de Huppert  na pele de Eva.  Aliás ,este talvez seja o maior defeito do filme. Parece que estamos na continuação de Elle que Huppert fez com Paul Verhoeven no ano passado.
O filme é uma adaptação do livro do inglês James Chase e  já teve um versão no cinema há 50 anos atrás.
Bertrand é um jovem enfermeiro que cuida de um escritor idoso. Ele presencia sua morte  enquanto trabalhava em seu apartamento e rouba os manuscritos do seu último livro antes de fugir.
Bertrand se apropria dos escritos e transforma em uma peça de teatro que faz um estrondoso sucesso em Paris. Ele é agora um renomado e famoso escritor e precisa continuar sua carreira.
Caroline, sua rica e bonita namorada, pressiona Bertrand para escrever outro livro mas esconder a verdade é seu maior desafio.
Em uma ida sozinho  à casa de seus sogros nos Alpes, contrata os serviços de Eva e uma relação de poder e conquista se inicia entre o  falso escritor e a prostituta dos milionários da região.
O resultado da obra de Jacquot tem um tom noir, atuações precisas mas derrapa no conjunto.  Como dito, Huppert não é mais o fator surpresa e o roteiro não se sustenta sozinho.
A recepção na sessão de jornalistas foi fria e o filme não deve fazer muito barulho após seu lançamento.
O filme passou ao mesmo tempo em três salas do conjunto Cinemaxx e mais uma vez assisti junto com o júri. Desta vez , na fileira da frente, a esplendorosa cabelereira branca de Ryuchi Sakamoto me chamava mais atenção que o tom noir do filme de Jacquot.