O MECANISMO - José Padilha e Marcos Prado
Enquanto a
esquerda brasileira alimenta a
audiência com ameaças de
processo judicial , a NETFLIX deveria se preocupar é com a qualidade técnica
dos seus seriados que são lançados internacionalmente.
Depois da bomba
do também brasileiro 3%, O Mecanismo , tentativa de retrato do início da
operação Lava-jato, chama mais a atenção pela péssima atuação dos seus atores
do que pela discussão política que suscita. Selton Mello , o maior canastrão atual do áudio-visual
brasileiro, se supera e interpreta um policial bi-polar com frases de efeito
ininteligíveis que só consegui
entender quando coloquei legenda.
Na esteira da má-dicção vem a policial interpretada por Carol Abras . Apenas Enrique Diaz,
interpretando o doleiro Alberto
Youssef tem uma atuação digna e salva a série.
A grande
discussão sobre a tendência política do seriado é uma grande bobagem.
Padilha quis mostrar o início da
Lava-Jato , que aconteceu durante os anos PT sendo inevitável a correlação
temporal com seus principais personagens. Errou feio sim ao colocar a célebre
frase de Romero Jucá , aquela “de estancar a sangria, com Supremo com tudo”
como se fosse de Lula mas acertou ao mostrar Aécio Neves e Michel Temer como
corruptos contundentes que são , não isentando nenhum lado.
O próprio juiz
Sérgio Moro, quando questionado sobre a veracidade dos fatos durante a
entrevista no programa Roda Viva, disse que obviamente existe uma dramaticidade
nas relações entre políticos, empreiteiros, e promotores no filme mas que o objetivo de relato
documental sobre um determinado período que vivemos foi atingido
pelo roteiro.
A dramaticidade
sugerida por Moro , na minha opinião quase afundou a produção nas mãos do
policial afastado Ruffo, intepretado por Selton Mello. A provável inspiração em
Carrie Mathison ( Claire
Danes) , a investigadora também
bi-polar da CIA no seriado Homeland , não conseguiu ser tropicalizada e deixou a trama em vários momentos um tanto juvenil.
O único mérito
de “O Mecanismo” é reforçar a mensagem que já sabemos há tempos. A corrupção sempre existiu, está
inserida em todos os níveis de nossa sociedade e na grande política não se sobrevive se não se
entra na engrenagem dos acordos, das propinas e dos esquemas fraudulentos.
No último capítulo
resolvi mudar a legenda para o inglês para experimentar as sensações de um
estrangeiro ao tentar acompanhar a confusa trama orquestrada pela policia federal de Curitiba. Não sei se passaria do
segundo episódio.
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