quarta-feira, dezembro 13, 2006

O CROCODILO (IL CAIMANO) de Nanni Moretti


Depois do poderoso drama O QUARTO DO FILHO, vencedor da Palma de Ouro, Nanni Moretti volta a fazer uma comédia tentando remeter ao tempo dos ótimos ABRIL e CARO DIÁRIO.
Mas o resultado de O CROCODILO não convence. Um produtor de filmes B falido resolve fazer um filme sobre o premiê Berlusconi mostrando toda a podridão de seu passado e consequentemente de seu governo que divide a Itália.
Com roteiro fraco e sem se decidir se é um filme mais político ou mais focado na desastrosa vida pessoal do protagonista, O Crocodilo chega a incomodar pelo seu vazio.
A Mostra deste ano apresentou outro filme com temática muito parecida, o excelente BYE BYE, BERLUSCONI, primeiro filme de um diretor alemão de 28 anos. Muito mais focado no lado político, a comédia do alemão é mais consistente e convincente.
Mesmo sendo este feito por um importante diretor da atualidade e concorrido no festival de Cannes deste ano, o filme é fraco.
Se BYE BYE BERLUSCONI concorresse, talvez a Itália seria premiada duplamente: Com a Palma de Ouro e com a visibilidade mundial da estapafúrdia política atual.
O Crocodilo? Nota 3,0.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

LITTLE MISS SUNSHINE, de Jonathan Dayton e Valerie Faris

Finalmente consegui assistir a este filme indepedente americano depois de quase 3 semanas em cartaz na cidade mas a estréia foi bem no meio da Mostra de Cinema...
Pois eis a declaração bombástica: ESTE FILME DIVIDE COM A LULA E A BALEIA O TÍTULO DE MELHOR FILME AMERICANO DO ANO. OU DOS ÚLTIMOS ANOS.
Pequena Miss Sunshine representa TUDO que um filme americano deveria ser e não é. Orçamento baixo, roteiro correto e atuações preciosíssimas além de uma ironia sublime.
Uma família completamente fora dos padrões sai pelo interior dos EUA numa kombi para levar a pequena Olive a participar do concurso Little Miss Sunshine na Califórnia.
Mostrando a obsessão americana pelos WINNERS e pela busca eterna do primeiro lugar em tudo, esta família que reúne todas as carcterísticas de LOOSERS sob a visão da sociedade local desenvolve no decorrer do filme a capacidade de auto-análise obtendo uma quase-redenção no final.
A alma do filme é sem dúvida nenhuma a própria Olive representada pela EXCELENTE mirim Abigail Breslin que dá liga a todas as relações impetuosas desta tragicômica família. O brilho de Abigail Breslin não ofusca de maneira nenhuma todas as outras atuações, principalmente a do obcecado pai Richard ( Greg Kinnear), do intrigante filho Dwayne (Paul Dano)e do melhor de todos, o avô ( Alan Arkin).Impossível não mencionar a mãe (Toni Colette) e o tio suicida (Steve Carell). TODOS SÃO BRILHANTES. Até o apresentador do concurso é ótimo! A Miss Califórnia! A jurada!
Quando o filme chega nos instantes finais onde é realizado o dito concurso, ele é envolto numa catarse sublime de crítica férrea a sociedade americana numa das abordagens mais felizes e consistentes que o cinema atual tem mostrado. Os Estados Unidos da América nada mais são que uma indústria de competições onde o importante, claro, é ganhar. No matter how....
DELÍCIA DE FILME !!!!!!!!!!!
Nota 9,5!

Um ótimo momento do filme